A decisão tomada recentemente pela Suprema Corte da Nigéria, que atribuiu exclusivamente aos estados a regulamentação de jogos de azar e loteria, marca um ponto importante do setor no país. Com a anulação do National Lottery Act de 2005, a corte transferiu formalmente a competência regulatória do governo federal para as assembleias estaduais, encerrando uma disputa longa entre reguladores nacionais e estaduais.
O contexto
A decisão baseou-se na Constituição de 1999, que não inclui jogos de azar na Lista Legislativa Exclusiva. Essa ausência significa que a Assembleia Nacional não possui autoridade legal para regulamentar o setor em nível nacional, exceto no território da Capital Federal (FCT). Essa argumentação foi central no caso movido pela Lagos State Lotteries and Gaming Authority (LSLGA), juntamente com outros estados, que questionaram a validade das leis federais sobre loterias e jogos de azar. O juiz Idris Haruna destacou que o poder para legislar sobre a matéria está limitado aos estados, considerando inconsistentes as disposições do National Lottery Act com a Constituição.
Implicações para o setor na Nigéria
Com essa decisão, os estados agora têm autoridade exclusiva para regulamentar e fiscalizar as atividades de jogos de azar em seus territórios. Isso inclui a emissão de licenças, cobranças de taxas e a criação de políticas específicas para lidar com desafios como o vício em jogos e a arrecadação de receitas. No entanto, isso também apresenta desafios para os operadores, que precisarão se adaptar a um ambiente regulatório fragmentado, com diferentes requisitos e taxas em cada estado.
A Lagos State Lotteries and Gaming Authority já anunciou que vai intensificar as fiscalizações, obrigando operadores ilegais a regularizarem suas atividades sob pena de processos judiciais. Essa abordagem pode servir de modelo para outros estados, que agora terão incentivos para atrair operadores licenciados e aumentar sua base tributária.
Além disso, a decisão pode acabar com a confusão gerada por cobranças duplicadas de taxas estaduais e nacionais, que anteriormente criavam incertezas para os operadores e reguladores. Embora isso represente uma vitória para os estados, pode impactar negativamente as receitas do governo federal, que perde uma fonte de arrecadação importante.
Comparações internacionais
A Nigéria não é a única a buscar um modelo regulatório mais eficaz para o setor de jogos de azar. Países como os Estados Unidos e Canadá também delegam aos estados e províncias a responsabilidade pela regulamentação, permitindo que adaptem políticas às realidades locais. Nos EUA, por exemplo, estados como Nevada e Nova Jersey se destacam por terem legislações mais flexíveis, que impulsionaram economias locais e criaram mais empregos.
Por outro lado, países como o Reino Unido centralizam a regulamentação por meio de um órgão nacional, como a UK Gambling Commission, garantindo uniformidade em todo o território. Esse modelo reduz a complexidade para operadores, mas pode limitar a capacidade de responder a problemas regionais específicos.
Oportunidades e desafios para a Nigéria
A descentralização da regulamentação de jogos de azar oferece algumas oportunidades para os estados nigerianos, permitindo que adaptem suas leis às necessidades locais e aproveitem as receitas geradas pelo setor. No entanto, a fragmentação regulatória pode levar a desafios operacionais e à necessidade de coordenação interestadual para evitar discrepâncias extremas nas políticas.
Além disso, o setor enfrenta questões sociais importantes, como o impacto do vício em jogos e a proteção de consumidores vulneráveis. Os governos estaduais terão que equilibrar a busca por receitas com a necessidade de regulamentações responsáveis.
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