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Jogo do Bicho: a ascensão, proibição e persistência de uma tradição brasileira

Júlia Moura November 29, 2024
Jogo do Bicho: a ascensão, proibição e persistência de uma tradição brasileira

O Jogo do Bicho é uma modalidade de apostas brasileira que se tornou muito popular na década de 1890, quando foi criado como uma estratégia promocional pelo zoológico do Rio de Janeiro, mas logo se expandiu e se transformou em uma prática cultural enraizada no país. Porém, ilegal. 

O surgimento do Jogo do Bicho 

O Jogo do Bicho nasceu em 1892 no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, como uma estratégia de marketing. A ideia foi criada por João Batista Viana Drummond, um empresário e barão de Drummond, proprietário do zoológico da Vila Isabel. O zoológico enfrentava dificuldades financeiras na época, e Drummond teve a ideia de atrair visitantes oferecendo um sorteio diário com base em animais. 

A dinâmica era simples: ao comprar um ingresso para o zoológico, o visitante recebia um bilhete numerado com a imagem de um dos 25 animais escolhidos para o jogo. No fim do dia, um animal era sorteado, e quem tivesse o bilhete correspondente ganhava um prêmio em dinheiro. Inicialmente, o jogo era visto como uma forma inofensiva de entretenimento, mas rapidamente se popularizou e extrapolou os limites do zoológico. 

O contexto social e econômico do Brasil no final do século XIX 

O surgimento do Jogo do Bicho ocorreu em um período de grandes transformações no Brasil. A abolição da escravidão (1888) e a Proclamação da República (1889) trouxeram mudanças sociais, mas também deixaram muitas lacunas. No Rio de Janeiro, o crescimento da urbanização e a migração de pessoas das áreas rurais para a capital criaram um ambiente propício para práticas de lazer acessíveis às classes populares. 

Nesse contexto, o Jogo do Bicho ganhou força como uma alternativa de entretenimento e também como uma chance de ganhar dinheiro em tempos de instabilidade econômica. 

Expansão e legalização inicial 

Embora tenha começado como uma promoção limitada ao zoológico, o jogo rapidamente se espalhou para além dos portões da Vila Isabel. O jogo era muito simples em suas regras e o apelo popular dos animais facilitaram sua difusão. Pequenos comerciantes, conhecidos como “banqueiros”, começaram a organizar suas próprias loterias baseadas no modelo original, adaptando o jogo às necessidades de diferentes comunidades. 

Por algum tempo, o jogo operou sem grandes restrições, sendo tolerado pelas autoridades como uma prática inofensiva. No entanto, conforme crescia, o Jogo do Bicho começou a atrair críticas, principalmente de setores que o associavam a comportamentos imorais ou desordem pública. Era nesse momento que daria início aos debates sobre legalidade, resultando em sua criminalização nos anos seguintes. 

A criminalização do Jogo do Bicho 

A popularidade do Jogo do Bicho cresceu tão rápido nas primeiras décadas do século XX que despertou a preocupação das autoridades e de setores mais conservadores da sociedade. Em 1941, com a promulgação da Lei de Contravenções Penais, o jogo foi oficialmente criminalizado no Brasil. 

A justificativa para a proibição estava ligada a preocupações com a “moralidade pública” e à possibilidade de desordem social. O jogo passou a ser visto como uma prática ilegal, mas a repressão, em grande parte, não deu muito certo. A atividade continuou operando normalmente, de maneira informal, sustentada por redes organizadas e por sua popularização na comunidade. 

A criminalização marcou um ponto importante na história do Jogo do Bicho: ao invés de desaparecer, ele se adaptou, criando sistemas clandestinos de operação. A proibição também contribuiu para aumentar a corrupção entre autoridades, já que muitos policiais e políticos passaram a aceitar subornos para permitir a prática do jogo. 

A figura do “banqueiro” e sua importância no Jogo do Bicho 

Uma das razões para a sobrevivência do Jogo do Bicho é a sua estrutura descentralizada e eficiente, centrada na figura do “banqueiro”. Esses indivíduos são os responsáveis por organizar as apostas, garantir os pagamentos e manter a fidelidade dos apostadores. 

Os banqueiros mais influentes criaram redes extremamente organizadas, com subdivisões regionais, funcionários intermediários (conhecidos como “cambistas”) e sistemas de segurança para evitar a fiscalização policial. Alguns banqueiros se tornaram grandes figuras em sua região, sendo vistos como líderes locais e benfeitores, já que muitos financiavam eventos culturais, esportivos e sociais na comunidade. 

A reputação de um banqueiro era essencial para o sucesso do negócio. Em um ambiente clandestino, a confiança no pagamento das apostas era um ponto importante e essencial para atrair e manter os apostadores. 

O impacto social do Jogo do Bicho 

A prática criou uma economia paralela que movimenta milhões todos os anos e emprega, informalmente, milhares de pessoas, desde cambistas até aqueles que administram os resultados. Mesmo assim, a informalidade também gerou problemas, como o envolvimento em redes de corrupção, lavagem de dinheiro e, em alguns casos, associações com outras atividades ilícitas. Tudo isso envolvendo também autoridades como políticos e policiais. 

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