Parte 3: A digitalização do Jogo do Bicho e a resistência para regulamentação
Nos últimos anos, o Jogo do Bicho precisou migrar para o ambiente online, pelo menos de forma parcial. Sites, aplicativos e grupos em algumas plataformas como WhatsApp e Telegram começaram a oferecer modalidades de apostas, o que tornou o jogo ainda mais acessível. Essa nova modalidade eliminou a necessidade de manter pontos físicos e cambistas, facilitando o alcance ainda mais amplo, fora do Rio de Janeiro, em locais onde antes esses cambistas não tinham presença. Abordamos com muito mais detalhes como o Jogo do Bicho surgiu e as corrupções envolvidas. Clique aqui para a parte 1 e aqui para a parte 2.
As plataformas digitais também aumentaram a eficiência e a segurança da operação. Além de não haver a repressão policial no ambiente digital, esse modelo também trouxe transparência nos sorteios. Ou pelo menos era pra ser assim.
O impacto que as plataformas de apostas esportivas causaram no Brasil criou um cenário competitivo para o Jogo do Bicho, de certa forma. Muitas pessoas que, antes apostavam da forma tradicional com o banqueiro, migraram para o formato digital, seguindo promoções, bônus grátis e uma infinidade de opções de jogos.
A regulamentação do Jogo do Bicho tem ganhado espaço no poder público, e esse assunto tem sido discutido, mas, é um tópico que divide muitas opiniões.
Quem defende a regulamentação, argumenta:
Arrecadação de impostos: O funcionamento do Jogo do Bicho de forma legal geraria um bom volume de receitas para o governo, que talvez fossem direcionadas a segurança, saúde e educação.
Mais empregos formais: Com a legalização do Jogo do Bicho, as pessoas que dependem da renda informal do jogo, seriam devidamente registradas em carteira de trabalho, diminuindo também a porcentagem de desemprego no país.
Controle e fiscalização: Também seria possível fiscalizar a operação de perto e reduzir o vínculo do jogo com a corrupção e outras atividades ilícitas.
Quem é contra, também tem seus argumentos:
Resistência dos banqueiros: Os banqueiros, que estão há anos nessa operação, podem resistir à essas mudanças, principalmente pelas burocracias e o medo de perder o controle e o lucro.
Conflitos políticos e interesses econômicos: A legalização do Jogo do Bicho também enfrentaria a oposição de pessoas que lucram com a corrupção associada ao jogo.
Como está o Jogo do Bicho hoje
Hoje em dia, o Jogo do Bicho permanece ilegal, mas continua sendo praticado normalmente, e muito aceito pela sociedade, principalmente na região onde nasceu. As tentativas de acabar com a prática não tem surtido efeito, o que é impressionante levando em consideração a longa história desde sua criação. O jogo é praticamente algo “institucionalizado”.
Os 25 animais e seus significados
A principal característica do Jogo do Bicho – e o motivo do nome – é a associação com 25 diferentes animais. Cada um representa um grupo de quatro números e, junto com isso, um significado de acordo com tradições populares.
A tabela a seguir mostra os 25 animais e seus números correspondentes:
Animal
Números
Avestruz
01, 02, 03, 04
Águia
05, 06, 07, 08
Burro
09, 10, 11, 12
Borboleta
13, 14, 15, 16
Cachorro
17, 18, 19, 20
Cabra
21, 22, 23, 24
Carneiro
25, 26, 27, 28
Camelo
29, 30, 31, 32
Cobra
33, 34, 35, 36
Coelho
37, 38, 39, 40
Cavalo
41, 42, 43, 44
Elefante
45, 46, 47, 48
Galo
49, 50, 51, 52
Gato
53, 54, 55, 56
Jacaré
57, 58, 59, 60
Leão
61, 62, 63, 64
Macaco
65, 66, 67, 68
Porco
69, 70, 71, 72
Pavão
73, 74, 75, 76
Peru
77, 78, 79, 80
Touro
81, 82, 83, 84
Tigre
85, 86, 87, 88
Urso
89, 90, 91, 92
Veado
93, 94, 95, 96
Vaca
97, 98, 99, 00
O simbolismo dos animais
Cada um dos animais carrega um simbolismo que vai além dos números. Por exemplo:
O leão é associado à força e ao poder, sendo uma escolha comum para apostadores que se consideram sortudos ou que estão confiantes.
A borboleta, por outro lado, é vista como símbolo de transformação e leveza, representando os apostadores que buscam mudanças em suas vidas.
Esses significados, por muitas vezes, influenciam as escolhas dos jogadores, principalmente os que têm sonhos ou específicos acontecimentos e os interpretam como sinais de sorte.
Superstições e a interpretação dos sonhos
Na cultura popular brasileira, os sonhos são quase sempre interpretados como mensagens do subconsciente ou do destino. Por exemplo:
Se o jogador sonhar com água, é provável que ele aposte no jacaré (57-60).
Sonhar com festa ou alegria pode ser interpretado pelo jogador como um sinal para apostar no pavão (73-76).
Também existe a prática de consultar guias ou tabelas que associam sonhos a determinados animais e números.
Além dos sonhos, ainda existem outras formas de atrair mais “sorte” para a aposta:
Algumas pessoas acreditam que determinados animais têm mais chances de ganhar em dias específicos da semana.
Também tem aqueles que vestem roupas de cores específicas ou ande com amuletos antes de fazer suas apostas, acreditando que isso trará sorte.
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