No dia 14 de janeiro de 2025, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) deflagrou a Operação Lance Final, cumprindo 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva, com muitos influenciadores entre eles. O foco da operação foi desmantelar um esquema de fraude relacionado ao “jogo do tigrinho”, uma modalidade de jogo de azar online não regulamentada no Brasil e que tem causado muito escândalo, muito conhecida por causar vício e endividar famílias. 

As investigações revelaram que os suspeitos utilizavam uma versão “demo” do jogo para simular ganhos fictícios, enganando os apostadores. Dessa forma, obtinham vantagens indevidas tanto por cada cadastro realizado quanto por uma porcentagem dos valores apostados e perdidos pelos jogadores. Entre os detidos estão a influenciadora digital catarinense Ianka Cristini, seu marido, Bruno Martins, e uma assistente do casal. Cristini possui mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais e se apresentava como multimilionária aos 28 anos, prometendo ganhos financeiros sem sair de casa e compartilhando vídeos de sua rotina familiar. 

A Justiça determinou ainda a indisponibilidade de diversos bens de luxo pertencentes aos investigados, incluindo apartamentos, casas, veículos como uma McLaren 720 Spider, Cadillac Escalade blindado, BMW X6 e BMW M3, além do bloqueio de ativos financeiros e das redes sociais dos envolvidos. 

A expansão das fraudes em jogos de azar online 

Este caso não é isolado. Nos últimos anos, têm-se multiplicado os relatos de influenciadores digitais envolvidos em esquemas fraudulentos relacionados a jogos de azar online. Em maio de 2024, um casal de influenciadores de Juiz de Fora, Minas Gerais, foi preso em um condomínio de luxo na cidade da Serra, Espírito Santo. Eles eram investigados por promover o “Jogo do Tigrinho” e movimentaram aproximadamente R$ 20 milhões de forma suspeita em suas contas. O casal ostentava um estilo de vida luxuoso, incluindo viagens a Dubai e a aquisição de itens de alto valor, como um telefone de ouro. 

Em dezembro de 2024, outro casal de influenciadores foi preso em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte, suspeito de exploração de jogos de azar, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Dan GS, de 26 anos, e Carol Racer, de 28, acumulavam quase 3 milhões de seguidores nas redes sociais e faturavam cerca de R$ 140 mil por mês com os esquemas fraudulentos. As autoridades apreenderam diversos bens de luxo, incluindo veículos, jet skis e joias. 

Os influenciadores digitais e a exploração dos jogos de azar 

A popularidade dos influenciadores digitais tem sido utilizada para atrair seguidores a participarem de jogos de azar online, na maioria das vezes ilegais. Esses influenciadores promovem plataformas de apostas, prometendo ganhos fáceis e rápidos. No entanto, as investigações têm demonstrado que, em muitos casos, os lucros exibidos são falsos, e os influenciadores recebem comissões baseadas nas perdas de seus seguidores. Em dezembro de 2024, o influenciador Ruyter Poubel, com mais de 20 milhões de seguidores, foi alvo da Operação Faketech, suspeito de estelionato eletrônico e promoção de jogos de azar ilegais. Ele vendia cursos sobre como jogar em plataformas digitais e lucrava com as perdas de seus seguidores, recebendo comissões das casas de apostas. 

As consequências legais e sociais 

A exploração de jogos de azar ilegais e a promoção de esquemas fraudulentos por influenciadores digitais têm diversas implicações legais e sociais. Legalmente, os envolvidos podem ser acusados de crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e promoção de jogos de azar, enfrentando penas que incluem multas e reclusão. Socialmente, essas práticas prejudicam a confiança do público nos influenciadores e podem levar seguidores a quebras financeiras, além de potenciais problemas relacionados ao vício em jogos de azar. É fundamental que os seguidores sejam críticos em relação às promessas de ganhos fáceis. 

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